MISSÕES FÉ CRISTÃ: COMO CRERÃO SE NÃO HÁ QUEM PREGUE

segunda-feira, 6 de maio de 2013

COMO CRERÃO SE NÃO HÁ QUEM PREGUE

Veja esse Vídeo e Sinta Deus falar com Você. Missões não é uma opção nossa, é uma necessidade urgente que Deus coloca no nosso coração.

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MISSÃO PORTAS ABERTAS

Palestino Bishara Awad

04 mai 2013

Em sua primeira viagem ao Brasil, o fundador e diretor do Colégio Bíblico de Belém falou no culto de aniversário pelos 35 anos da Portas Abertas aqui. Na entrevista a seguir, cedida em 2004 a colaboradores da Portas Abertas Internacional, ele conta sua história e revela uma homenagem muito especial que fez ao Irmão André

Portas Abertas: Você poderia contar algo sobre sua infância, resumindo tudo o que viveu?
Bishara Awad: Quando criança, em 1948, nossa família se achou no meio de um fogo cruzado. Realmente não sabíamos quem fazia aquilo, mas meu pai morreu atingido por uma bala perdida. Estávamos em guerra na época e não podíamos achar um padre ou um clérigo para fazer as formalidades do funeral. Então minha mãe o arrastou pra dentro e o enterramos no quintal. Minha mãe era fiel e lia frases encorajadoras da Bíblia.

Depois de isso ter acontecido, tivemos de sair de casa. Tornamo-nos refugiados e nunca mais vi a nossa casa, na velha cidade de Jerusalém. Uma família muçulmana nos abrigou em sua casa e deu alguns cobertores. Ficamos lá até nossa mãe encontrar um trabalho, e fomos enviados para um internato. Passei 12 anos da minha vida no internato.

Portas Abertas: Como Deus ajudou você, e em que ponto você o conheceu pessoalmente?
Awad: Cresci com muito ódio. Meu pai morreu e fui colocado em um internato de meninos. Todos os alunos no internato vieram de uma situação similar, e havia muita amargura e ódio entre as pessoas, quando nos acusavam disso ou daquilo. Quando completei 17 anos, aceitei o Senhor como meu salvador pessoal e passei a andar com ele, mas não conseguia escapar desse ódio. Fui estudar nos Estados Unidos e, quando voltei, trabalhei na administração de um orfanato. Então percebi que todas as crianças naquela escola tinham o mesmo ódio que eu. Eu sabia que Deus não poderia me usar daquele jeito, pois sentia o mesmo que as crianças. Fui ao Senhor em oração e lhe pedi que me perdoasse. Aquele foi o momento em que Jesus me encheu com seu amor e seu espírito e começou a me usar. Ao mesmo tempo, comecei uma escola bíblica no orfanato. Tudo por causa daquela pequena experiência na qual Deus me libertou do ódio.

Portas Abertas: Foi preciso muita fé para iniciar a Faculdade Bíblica, especialmente porque você só tinha 20 dólares para começá-lo. Como Deus lhe providenciou o restante?
Awad: Bem, foi maravilhoso! Sabíamos desde o começo que a Faculdade Bíblica era para Deus, e acredito que ele viu que poderíamos criá-lo. Era um sonho poder começar alguma coisa aqui para o nosso povo palestino. Nossos irmãos palestinos poderiam estudar a Bíblia, bem aqui em Belém, ao invés de terem de ir ao exterior e nunca mais voltarem.

Vim com meu sonho e o compartilhei com todos os pastores da região. Eu lhes disse: "Precisamos de um seminário, bem aqui", Todos concordaram e disseram: "Awad, vá em frente". Uma pessoa foi mais encorajadora e me deu um cheque de 20 dólares. Eu realmente não estava preparado para isso. Mas mesmo assim, começamos a Faculdade Bíblica, treinando nove alunos à noite para se tornarem professores. Pedi ajuda aos missionários porque não havia professores por perto, e eles me atenderam. Lentamente, treinamos os professores, principalmente palestinos. Agora temos uma bela faculdade que treina líderes palestinos para as igrejas, e temos pastores que se graduaram no colégio e estão pastoreando e plantando igrejas. É muito bonito o que Deus pode fazer com apenas 20 dólares

Portas Abertas: Vimos, na rua onde estamos, os buracos de balas na placa da Faculdade Bíblica Belém. O que aconteceu?
Awad: Em 2002 o exército israelense com seus tanques, jipes e outros equipamentos militares, entrou em Belém. Para nós foi uma surpresa. Parecia que Belém tinha se tornado um campo de batalha, e podia-se ouvir tiros por todo lugar. Os aquecedores solares e muitas janelas da nossa faculdade foram derrubados, e havia buracos enormes nas paredes. Por um mês inteiro fomos postos sob toque de recolher e não podíamos sair de maneira nenhuma. O exército israelense até cercou a Igreja da Natividade, que não pôde ser usada para nenhuma cerimônia.

Portas Abertas: Vocês têm uma pousada adorável aqui na faculdade. Um dos quartos tem um nome especial, O Contrabandista Inn, em homenagem a um amigo particular de vocês. Conte-nos sobre ele e sobre a sua amizade.
Awad: Esse cômodo tem esse nome em homenagem ao Irmão André, o contrabandista de Deus. Ele costumava contrabandear Bíblias para o leste europeu e para comunidades russas. O Irmão André nos visita pelo menos duas ou três vezes por ano, e foi nosso principal orador na graduação e celebração dos 25 anos da Faculdade Bíblica Belém desse ano [2004]. Ele é um amigo chegado. A razão pela qual ele vem até Belém, para estar com a Igreja aqui, é porque sente fortemente que somos uma Igreja Perseguida. E se há algum cristão sofrendo por Cristo, ali você verá o Irmão André.

A Igreja cristã aqui está morrendo lentamente, e somos muito gratos à Portas Abertas e ao Irmão André, que se importam conosco. Cada vez que ele vem, fica em seu próprio quarto: "O Contrabandista Inn".

Portas Abertas: Como você gostaria que orássemos por seu ministério?
Awad: Gostaria de pedir às pessoas da Igreja Livre que orem pela faculdade, pelos alunos. Muitos deles têm dificuldades para pagar as mensalidades. Orem para que o Senhor os abençoe com provisão.

Orem por paz. Nós, palestinos, queremos paz, e também sei que os israelenses querem paz. Temos de trabalhar o plano de paz em conjunto. Por favor, orem para que Deus também proteja a Faculdade Bíblica a fim de que essa luz continue a brilhar, apontando para o Senhor Jesus Cristo.

É uma bênção saber que pessoas no mundo todo estão orando por nós. É assim que Deus nos sustenta e nos mantém no caminho onde estamos. Somos pessoas felizes. Mesmo estando sob ocupação ou sob um cerco, acredito que somos mais felizes que nossos ocupantes.

FontePortas Abertas Internacional